Existem danos à imunidade após a remoção cirúrgica das amigdalas e adenoides?

  • Apesar de haver decréscimo temporário da quantidade de IgA e outras Ig séricas, não existem evidências de aumento de suscetibilidade a infecções no período pós operatório.

As amigdalas e as adenóides são consideradas como órgãos linfóides secundários e que exercem atividade imune, em especial entre 4 e 10 anos de idade. Estão estrategicamente localizadas contra os antígenos (bactérias e vírus nocivos) que penetram pela boca e nariz. O principal produto de defesa das amígdalas é a IgA (proteína de proteção predominante nas secreções como saliva, leite, etc.).

A amigdalectomia (cirurgia para retirada das amígdalas) foi indiscriminadamente uma prática comum nas primeiras décadas do século passado. O impacto imunológico desta cirurgia nas crianças foi durante muito tempo, um debate entre Otorrinolaringologistas, pediatras e imunologistas. Em muitos países da America Latina, alguns médicos bem como os pais, têm medo da amigdalectomia porque estão preocupados que a remoção das amígdalas e das adenóides possa afetar o sistema imune. A amigdalectomia é a segunda cirurgia pediátrica mais comum nos EUA (a primeira é a postectomia).

Existe uma controvérsia entre os médicos a respeito dos possíveis efeitos secundários relacionados com a remoção das amígdalas cronicamente infectadas e/ou hipertróficas (aumentadas) e as possíveis seqüelas causadas na barreira de defesa da boca. As publicações mais recentes mostraram uma redução temporária das proteínas de defesa, mas ainda dentro de níveis normais e sem um aumento das infecções das vias aéreas.

Até hoje não existem estudos que demonstrem um impacto significante da tonsilectomia no sistema imunológico