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REMOÇÃO DE CERÚMEN: O cerúmen (ou cerume) é a popular “cera” do ouvido. Trata-se de uma substância produzida pelas glândulas sebáceas presentes no canal auditivo externo. Apresenta uma cor que vai do amarelo claro ao marrom escuro e um aspecto pastoso.

O ouvido externo realiza a sua própria limpeza. Suas células se regeneram de dentro para fora, de forma que o cerúmen tende a sair. Porém, pode acontecer dela se concentrar no ouvido. Quando isso acontece, forma-se uma rolha, que pode gerar sintomas bastante desconfortáveis como: sensação de entupimento, coceira, dor, diminuição da capacidade de ouvir, zumbido, tosse e tontura.

Fatores que podem levar à formação da rolha de cerúmen. Alguns elementos contribuem para a formação da rolha de cerúmen:

  • anatomia do canal auditivo, que pode ser mais estreito ou tortuoso;
  • uso de hastes de algodão, uma vez que empurram o cerúmen para o interior do ouvido;
  • idade, pois ao envelhecer, o cerúmen produzido se torna mais firme e seco;
  • uso de fones de ouvido, tampões ou protetores auriculares.

 A remoção de cerúmen pode ser feita através de aspiração de ouvido, lavagem com água morna e seringa ou através do uso de curetas, dependendo da quantidade, consistência e quadro clínico do paciente.

 

Cotonetes- Sim ou Não?

O uso dos cotonetes é desaconselhável, pois facilitam a formação das rolhas de cerúmen, além de poder causar infecções como otite externa por exemplo. Além disso há o risco de perfuração da membrana do tímpano se usado de forma intempestiva. A melhor maneira de retirar a cera que está sendo expelida pelo organismo é utilizar uma toalha e fazer a limpeza logo após o banho. O correto é limpar somente até onde o dedo alcança. Assim, não empurramos a cera em direção aos tímpanos e tiramos todo o excesso necessário.

E o cone chinês?

Este procedimento tem origem muito antiga, sendo referido que civilizações do antigo Tibete, China, Egito e América pré-descobrimento já o utilizavam. Utiliza-se de cone de tecido embebido em cera do tipo parafina ou de abelhas. Coloca-se no conduto auditivo externo e acende-se o cone. A cera ou parafina derrete-se. Quem anuncia este tratamento diz solucionar zumbidos, perdas auditivas, secreções nos ouvidos e vias aéreas superiores, assim como remoção de cerúmen. Entretanto, NÃO EXISTE EVIDÊNCIA CIENTÍFICA da efetividade deste dispositivo em qualquer uma destas condições clínicas. Ao contrário, existem relatos de acidentes e complicações com o uso desta “técnica”. Há descrição de queimaduras do canal auditivo externo, de bloqueio do canal com a cera de abelha ou parafina e, mesmo, perfuração timpânica. A remoção do excesso de cerúmen é procedimento médico, relacionada nas tabelas e listas de procedimentos médicos – Tabela AMB, Lista de Procedimentos Médicos e CBHPM. Deve, portanto, ser realizada por profissional habilitado – o médico.

REMOÇÃO DE CORPOS ESTRANHOS EM ORELHA, NARIZ E GARGANTA:

Os corpos estranhos de nariz e ouvido são muito comuns nas crianças, mas podem acontecer também nos adultos (oliva de aparelho auditivo, insetos e outros). Desconfia-se de sua presença quando o paciente apresenta um odor fétido e obstrução, normalmente em apenas uma das narinas, quando o objeto está no nariz. Alguns corpos estranhos são considerados emergências médicas, ou seja, necessitam de intervenção imediata, como pilhas, baterias ou insetos ainda vivos.

A remoção dos corpos estranhos de nariz é realizada através de aspiração ou uma sonda chamada de sonda de Itard. È desaconselhável a remoção por profissionais não especialistas, pelo risco de empurrar mais o corpo estranho, principalmente pela falta de instrumental adequado.

Legenda: Remoção de corpo estranho em fossa nasal utilizando uma sonda de itard.

O corpo estranho de garganta é comum com espinho de peixe, osso de galinha ou outros restos orgânicos de alimentos que sejam pontiagudos. Provoca grande desconforto para o paciente que apresenta dificuldade extrema para engolir, e sialorréia (salivação abundante). Necessita de meio diagnóstico (videolaringoscopia, nasofibrolaringoscopia) e instrumentos delicados e apropriados para a sua remoção.

ASPIRAÇÃO DA ORELHA: A aspiração do conduto auditivo pode ser realizada para a remoção de cerúmen, para a remoção de secreção purulenta ou hifas fúngicas nas otites e para remoção de corpos estranhos ou cerúmen. É o procedimento ideal quando há perfurações na membrana do tímpano, em que o uso da lavagem otológica é desaconselhado.

CURATIVO OTOLÓGICO: É realizado através da aplicação de medicações no conduto auditivo e vedação com algodões ou fitas estéreis para otimizar o tratamento de processos infecciosos dos condutos auditivos.

CAUTERIZAÇÃO QUÍMICA DE SANGRAMENTOS NASAIS:

Os sangramentos nasais (epistaxes) são a principal urgência otorrinolaringológica, com grande incidência e impacto social. Têm prevalência de 10 a 12% na população e estima-se que 60% das pessoas apresentaram ou apresentarão ao menos uma vez na vida, sendo que na maior parte dos casos é autolimitada, não necessitando de intervenção médica. Em cerca de 6% dos casos necessitam de auxílio médico para conter o sangramento, e mais de 90% ocorrem na região anterior do septo nasal, em uma área denominada área de little (figura).  O tratamento para os sangramentos nasais nestas áreas consiste na cauterização nasal, podendo ser química, com ácido tricloroacético ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou bipolar.

A cauterização química costuma ser realizada com ácido tricloroacético a 70%. Após anestesia e vasoconstrição local com cotonóides embebidos em solução apropriada, identifica-se o ponto sangrante, geralmente pela rinoscopia anterior, e se aplica algodão embebido no ácido. A cauterização química deve ser utilizada para sangramentos de pequena intensidade, já que nos sangramentos mais graves o fluxo do sangue acaba por “lavar” o ácido aplicado, antes de sua ação efetiva.

A cauterização elétrica pode ser feita via rinoscopia anterior ou endoscopia nasal, portanto pode ser utilizada em sangramentos posteriores. Além disso, ela é eficaz em sangramentos mais graves, diferentemente da cauterização química e também deve ser realizada após uma tentativa frustrada de cauterização química.

Área de Little, localizada na região do septo nasal anterior.

Área de Little, localizada na região do septo nasal anterior

Dicas para conter o sangramento até chegar ao atendimento médico:

  • Sente-se ereto e incline-se para a frente, para aliviar a pressão dos vasos sanguíneos em seu nariz e reduzir o sangramento.
  • Com o polegar e o indicador, pressione firmemente as narinas e as mantenha fechadas por 5 a 10 minutos.
  • Quando o sangramento estiver controlado, não futuque ou assoe o nariz, e, nas horas seguintes, não se abaixe. Mantenha a cabeça acima da altura do coração a fim de evitar novo sangramento.
  • Se você recomeçar a sangrar, assoe o nariz com força. Isso limpará o nariz dos coágulos de sangue. Depois, coloque um spray nasal que contenha oximetazolina. Em seguida, aperte novamente o nariz e procure o médico. Mas, atenção! Jamais use sprays nasais com oximetazolina por mais de três dias.

 

BIÓPSIA DE LESÕES DE ORELHA, NARIZ E GARGANTA. É a remoção de parte ou da lesão inteira para exame anatomopatológico. É a única maneira de confirmar o diagnóstico de câncer destas localidades.Muitas vezes, as biópsias são realizadas no consultório médico ou numa clínica. Se o tumor estiver localizado em uma área de difícil acesso, a biópsia é feita na sala de cirurgia. Geralmente é um procedimento rápido, que gera muito pouco desconforto ao paciente.