O termo refluxo gastroesofágico refere-se ao refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. Na verdade, é uma condição fisiológica. Quando essa condição causa sintomas e/ ou sinais incômodos que afetam a qualidade de vida do paciente, denominamos refluxo patológico. Duas principais condições “patológicas” são reconhecidas: DRGE (doença do refluxo gastroesofágico) e RLF (refluxo laringofaríngeo).
DRGE é um termo clínico direcional que se refere ao aumento excessivo do refluxo (do estômago para o esôfago) que causa danos ao tecido do esôfago (esofagite) e/ou sintomas clínicos (azia, regurgitação), também chamados de doença típica do refluxo ou refluxo da azia. A outra condição patológica principal, o RLF, é um termo locacional que significa que o material refluído causa sintomas e/ou sinais na laringofaringe por diferentes mecanismos.
Pacientes com DRGE podem não ter doenças do RLF associadas ou vice-versa: pacientes com RLF grave podem não ter DRGE. A mucosa laríngea é mais sensível ao ácido do que o esôfago. Enquanto 50 exposições ácidas por dia são o limite superior para lesão esofágica, estudos experimentais mostraram que três exposições ácidas por semana podem levar a danos à laringe! Danos celulares ocorrem no epitélio do esôfago quando o pH está abaixo de 4, mas ocorre no epitélio laríngeo em pH mais alto e com exposição em curto prazo.7 Por essa razão, o RLF deve ser tratado mais agressivamente e por mais tempo do que a DRGE. O conceito atualmente aceito é que, embora a relevância da associação entre elas não seja totalmente compreendida, é necessário considerá-las como entidades diferentes e tratá-las de maneira diferente; portanto, RLF e DRGE são conceitos diferentes sob o tópico principal de doença do refluxo.
Os sintomas mais comuns de RLF são disfonia, pigarro, tosse e globus faríngeo, que é a sensação que há um corpo estranho aderido a garganta.
Os inibidores de bomba de prótons (IBPs) (omeprazol, panto- prazol, lanzoprazol,rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol) são os principais agentes terapêuticos para a doença do refluxo. Os IBPs são medicamentos rápidos, fortes e de ação prolongada. O fator mais importante que afeta o sucesso do tratamento é seu uso inadequado.
O refluxo é uma doença crônica e intermitente. Portanto, se o paciente é assintomático ou sintomático, se o tratamento médico é iniciado ou se tratamento cirúrgico é aplicado, as mudanças no estilo de vida e na dieta do paciente com refluxo ocorrem na primeira e persistem até a última etapa.
Orientações Alimentares para pacientes com RGE e RLF:
Aqui vão algumas medidas simples, mas que fazem a diferença no tratamento do refluxo:
- Evite comer grandes quantidades com intervalos longos entre a refeições! Diminua a quantidade e a aumente a freqüência em alimentar-se, como intervalos de 2 a 3 horas.
- Evite alimentos que você já sabe que pioram seus sintomas.
- Coma devagar, sentado e mastigue bem os alimentos.
- Evite deitar logo após as refeições. O ideal seria um intervalo de 2 a 3 horas antes de deitar-se.
- Beba pouco líquido durante e após as refeições.
- Evite café em excesso (máximo 3 xícaras de cafezinho ao dia), chá preto ou mate, refrigerantes gaseificados e derivados da cola e guaraná.
- Chocolate, menta, hortelã, molho de tomate, condimentados, pimenta, cebola, alho, também aumentam o refluxo.
- Perca peso se necessário.
- Faça exercícios físicos regularmente.
- Pare de fumar e diminua ou pare a ingestão de bebidas alcoólicas.